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Paulinho Batera |
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Paulo
Roberto (Paulinho Batera), ex-integrante do ETC & TAL, banda de maior
sucesso em Angra dos Reis na década de 80, Mineiro de Manhuaçu, mas que
viveu e se tornou um angrense por muito tempo, fala sobre suas histórias e
como
anda sua vida.
Entrevistado por
Rico (Guitarrista e vocalista do Grupo Xandy Dentro) |
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. 01 |
Rico |
Como
começou sua carreira musical? |
Paulinho Batera |
Bem, comecei bem cedo, 13 ou 14 anos já com a música no sangue,
batucava em
qualquer coisa que achava na frente, como talheres na hora do almoço,
no
sofá etc... A partir dos 15 anos participei de várias bandas de
garagem, que
na verdade era um aprendizado para todo mundo daquela época. Morando
no
interior de Minas tinha um sonho de vôos mais altos. Foi quando a
partir dos
18 anos fui para Angra para trabalhar na Usina Nuclear onde formamos o
primeiro ETC & tal. |
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. 02 |
Rico |
A Banda ETC & TAL fez um enorme sucesso na década de 80. O que faltou
para consolidar de vez o nome da banda no cenário nacional? |
Paulinho Batera |
Foram vários fatores para que não decolasse tanto.: as brigas, o ego
de
alguns, o estrelismo de outros e etc. Aliados à falta de sorte e
experiência, chegamos aonde tinha que chegar. |
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. 03 |
Rico |
Conte para nós como era a vida no ETC & TAL? |
Paulinho Batera |
Olhando hoje com mais experiência, mesmo com todos os problemas que
enfrentamos foi um sonho maravilhoso que vivemos.
Morávamos todos juntos num apartamento da Coronel
Carvalho
com muitas mulheres circulando o dia todo. Passávamos os nossos dias
fazendo
músicas e nos divertindo bastante. |
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. 04 |
Rico |
A música Hiroshima Nunca Mais era o carro chefe do ETC & TAL, como
você
encara o episódio acontecido em Hiroshima no final da segunda guerra
mundial? |
Paulinho Batera |
Olha... a vida tem destas coisas, tivemos que pegar carona na desgraça
de
milhares de pessoas. O ataque a Hiroshima e Nagasaki desmascarou a
farsa que
era os americanos naquela época, igualzinho aos americanos de hoje. |
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. 05 |
Rico |
O ETC & TAL gravou todos os seus discos nos estúdios da POLYGRAM. Como
era o convívio com os músicos consagrados? Que artistas famosos vocês
encontravam pelos corredores do sucesso? |
Paulinho Batera |
A Polygram era o TOP das gravadoras da época. Os melhores artistas
estavam lá. Literalmente encontramos vários artistas pelos "corredores" da
empresa:
Milton nascimento, Vagner Tiso, Djavan, eram figuras carimbadas do dia
a
dia.
Uma cena marcante foi ver o último disco gravado pelo Cazuza, se não
me
engano ele cantava a música "Burguesia" deitado no chão no Studio 2 da
Polygram, pois não tinha mais forças para cantar de pé. |
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. 06 |
Rico |
Apesar de várias aparições em emissoras de televisão, a dificuldade de
se chegar aos programas lideres de audiência era grande. O que
acontecia por trás dos bastidores da TV? Porque é tão difícil entrar
nessa mídia? |
Paulinho Batera |
Existia na época o tal do JABÁ, era o dinheiro por debaixo dos
panos, se vc
pagasse tocava na rádio, aparecia na tv e etc. Na poderosa GLOBO era
mais
complicado, lembro de um diretor que encontrando a banda nos
elevadores da
Globo com o clipe debaixo do braço disse: Vocês estão começando agora
e já querem estrear no Fantástico? |
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. 07 |
Rico |
Além do ETC & TAL você já participou de várias bandas aqui de Angra
dos
Reis. Quais foram as que mais importantes na sua opinião? |
Paulinho Batera |
Olha... Todas foram muito importantes: Brilho da Noite, Minas dos
Reis, Anjos
de Cera, Stúdio Aberto, Luzes da Cidade. Destas, duas foram especiais:
Brilho
da Noite (por ser a primeira. O som era um rock and roll pegado) eu no
auge
da empolgação detonava todas as bateras que tocava. Muitas vezes os
shows
acabavam com as peles furadas... baquetas quebradas e etc... O Brilho
era:
Paulinho, Rico, Paulão Rock and Roll, Faudô Moreno. Pop e Dedi.
Minas dos Gerais... banda formada por um trio que valia por uma banda,
tocávamos músicas próprias intercalando com 14 Bis, The Police, Rita
Lee e etc... Já éramos mais confiantes e experientes, e fizemos grandes
noitadas no
Dendeco´s Bar. A formação era: Paulinho, Rico, Gico e (Dedo). |
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. 08 |
Rico |
Atualmente o que anda fazendo? |
Paulinho Batera |
Casei, tenho dois filhos, Artur oito anos e Paula três anos. Trabalho
numa loja de
música "A Musical", que é uma das maiores do Brasil. Toco nos finais
de
semana nos bares aqui da cidade. Jogo bola e faço churrasco com a
galera no
final de semana. Sou uma pessoa muito feliz com tudo que consegui aí e
aqui.
Graças a DEUS. Às vezes sinto uma saudade danada dos amigos que aí
deixei. |
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. 09 |
Rico |
Além da música, que outras
atividades despertam o seu interesse? |
Paulinho Batera |
Toda a minha vida é ligada na música. Além de trabalhar vendendo
instrumentos e tocar na noite, tenho um pequeno estúdio aonde faço
Jingles,
Spots, Trilhas e também trabalho com sistemas MIDI. Na verdade se não
estou
ligado nestas coisas gosto de navegar na Net, conhecer outras coisas e
etc... |
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. 10 |
Rico |
Pra terminar, deixe o seu recado para o povo angrense. |
Paulinho Batera |
Bem... o meu recado para o povo de angra é em forma de agradecimento
pela
hospitalidade que tive aí nos dez anos que passei. Fiz muitos amigos
aí.
Alguns inesquecíveis.
A cidade além de aconchegante é muito bonita, com suas praias de
momentos
mágicos.
Um abraço pra todos.
Paulo Roberto
prfranklinmusic@hotmail.com |
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