Contam moradores
da Ilha Comprida, que em certa Sexta-Feira Santa, um pescador, movido por
um mórbido desejo, resolveu ir pescar, contrariando os pedidos de seus familiares.
Mal virara a ponta que encobria sua casa, levando-o a outra enseada, viu ancorado
grande e suntuoso navio. Não resistiu a tentação de vê-lo bem de perto, foi-se
achegando, encostou sua canoa e subiu. O navio parecia vazio. Entrou e ficou
apreciando o que via, sem se aperceber que o tempo corria até reparar que
o navio se movimentava... Eram ordens gritadas, aprestar velas, cordames subindo
e descendo rapidamente, grande correria no convés, tratou logo de se esconder,
porém ficou observando a grande faina, uma lufa inaudita, embora não conseguisse
se aperceber da marinhagem que se movia velozmente. A tudo atento, notou que
estavam ancorando. De repente a nau estava vazia. Saiu de seu esconderijo,
e viu que estava em lugar completamente desconhecido, mataria não de seu conhecimento.
Colheu um galho e receando o que ainda pudesse acontecer, voltou a esconder-se
no barco. Em poucos instantes, voltam os tripulantes e novamente se faz sentir
os loucos movimentos de uma largada desesperada. Cansado de tanta atenção,
a grande azáfama, adormeceu e acordou em sua canoa, próximo da praia. Mas
trazia em sua mão, um galho de oliveira.